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By Anna e Ron

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Viciado em você


                                14 Capitulo


Mãe!’ Senti uma mão em meu rosto e abri os olhos lentamente. Sorri ao ver Diego me olhando com uma cara sapeca.
‘Parabéns, meu amor.’ Beijei a palma da sua mão e ele riu. ‘Três aninhos meu príncipe, ai como o tempo tá passando rápido!’ O abracei apertado.

‘Xixi.’ Diego falou apontando pro banheiro. Me espreguicei e levantei da cama olhando o relógio no criado mudo que marcavam 8 da manhã. Peguei Diego no colo e o levei até o banheiro. Escovei meus dentes e os dele, passei uma água no rosto e arrumei meu cabelo. Me olhei alguns instantes no espelho e lembrei que ainda não tinha comprado o presente de Diego, a correria durante as semanas antecedentes ao seu aniversário foi tanta que eu acabei não tendo tempo de ir ao shopping.


‘Bom dia!’ Sorri entrando na cozinha onde Katia tomava café.
‘Bom dia!’ Ela se levantou e pegou Diego no colo. ‘Parabéns, meu netinho lindo!’ Ela deu um beijo na bochecha dele que sorriu. ‘Ai Lu, que cabeça a minha. Te dei uma roupa pra dormir e esqueci de pegar alguma outra pra você vestir quando acordasse.’ Ela riu batendo na própria testa.
‘Não tem problema, Katia.’ Falei um pouco sem graça, e observei a blusa que eu vestia. ‘O Arthur não acordou ainda?’ Perguntei estranhando ele ainda não ter aparecido.
‘Não, mas tenho certeza que ele adoraria ser acordado pela namorada e pelo filho.’ Ela falou animada e eu senti meu rosto arder. Namorada?
‘Hm, vou lá então.’ Falei baixo pegando Diego pela mão e indo novamente em direção à escada. ‘A gente vai acordar o papai, tem que fazer silêncio tá bom?’ Falei colocando o dedo indicador na boca e Diego me imitou com uma cara sapeca.

Abri a porta do quarto de Arthur com cuidado e sorri ao vê-lo deitado de barriga pra baixo e só de boxer. Me aproximei com Diego e me sentei no chão ao lado da cama, observando-o respirar calmamente. Fiquei algum tempo perdida em meus pensamentos, até Diego me cutucar e apontar pra Arthur sorrindo. ‘Acorda o papai, com cuidado!’ Falei baixinho e ele balançou a cabeça concordando.
‘Papai.’ Diego o chamou e passou a mão por seus cabelos. Eu sorri comigo mesma quando Arthur abriu os olhos lentamente e sorriu também.
‘Bom dia!’ Ele falou com a voz embolada e se espreguiçou esfregando os olhos. ‘Heey, parabéns campeão!’ Ele pegou Diego no colo e o abraçou. ‘Bom dia!’ Ele sorriu pra mim e eu retribui.
‘Bom dia, belo adormecido!’ Brinquei e ele deu língua.
‘Deixa eu escovar os dentes e passar uma água pelo rosto.’ Ele falou deixando Diego na cama e indo para o banheiro.
‘Mamãe!’ Diego me chamou apontando para um carrinho que estava na estante e eu sorri.
‘Toma, meu amor.’ Entreguei o carrinho pra ele que sorriu e começou a brincar sentado na cama de Arthur.

‘Lu!’ Arthur me chamou com a boca cheia, provavelmente de pasta de dente. Me levantei e fui até o banheiro observando-o fazer uma cara engraçada enquanto terminava de escovar os dentes. ‘Eu ainda não comprei o presente do Diego.’ Ele falou rindo.
‘Não acredito, Arthur, que tipo de pai você é?’ Falei rindo. Ele não sabia que eu também não tinha comprado nada ainda.
‘Ah desculpa, mas essa semana foi corrida com os preparativos da festa, e também os ensaios.’ Ele se defendeu fazendo uma cara culpada. ‘E você, comprou o quê?’ Ele me olhou e eu sorri sem graça.
‘Nada também.’ Fiz uma cara sapeca e Arthur gargalhou. ‘Tá, eu também não tive tempo de ir ao shopping e tal.’ Dei de ombros.
‘Que horas são?’ Ele perguntou enquanto passava água pelo rosto.
‘Hm...oito e pouquinha, porque?’ Observei Diego que ainda brincava com o carrinho.
‘Vamos ao shopping comprar o presente do nosso filho.’ Ele sorriu.
‘Arthur, eu nem tenho roupa!’ Falei olhando-o assustada.
‘Hm...eu gostei dessa.’ Ele sorriu safado olhando pra minhas pernas descobertas e eu cerrei os olhos. ‘Tá, mas eu não deixaria você sair assim, iam ter muito marmanjos babando em você.’ Ele falou saindo do banheiro. ‘A gente passa em casa, você troca de roupa e a gente vai. Tá cedo ainda, dá tempo.’ Ele sorriu sentando na cama e botando Diego no colo.
‘Ok, ok.’ Bufei. ‘Vou procurar uma roupa pra ir até em casa.’ Falei indo até a porta. ‘Fica com o Diego enquanto isso.’ Sorri e saí do quarto.


‘Espera, vou trocar de roupa rápido e a gente vai!’ Falei entrando em casa e Arthur concordou. Deixamos Diego com Katia, para fazer uma surpresa. Corri até o quarto e peguei uma calça jeans, uma blusinha branca e calcei meu all star. Fui até o banheiro, arrumei meu cabelo, passei um perfume e voltei pra sala. ‘Vamos?’ Sorri pra Arthur que estava deitado no sofá com os olhos fechados.
‘Vamos.’ Ele sorriu se levantando. ‘Preferia a outra roupa.’ Ele me analisou e sorriu.
‘Cala boca, idiota!’ Dei um pedala nele rindo sem graça.

Chegamos ao shopping e fomos a uma loja de departamentos que tinha por lá.
‘Arthur eu acho que a parte de brinquedos é por lá.’ Falei em duvida.
‘Eu acho que é por lá!’ Ele apontou pro lado aposto ao que eu apontava. ‘Moça! Onde fica a parte de brinquedos?’ Arthur perguntou para uma funcionária que passava por ali.
‘Por ali!’ Ela sorriu simpática e mostrou o lado para que Arthur apontava. Ele olhou pra mim sorrindo vitorioso e eu dei um soquinho em seu braço.
‘Então, o que vamos levar?’ Perguntei analisando uma área enorme com os mais variados brinquedos.
‘A gente podia levar esse quadriciclo!’ Ele falou com um sorriso infantil no rosto. O quadriciclo não era grande, era para crianças mesmo, mas não uma de 3 anos.
‘Arthur, o Diego tem 3 anos.’ O olhei controlando um riso.
‘Ah, mas é legal!’ Ele continuou com o sorriso bobo olhando para o brinquedo.
‘Arthur, ele só iria conseguir andar nisso daqui a pelo menos 5 anos. Deixa de ser retardado, se quiser compra um quadriciclo pra você!’ Falei rindo e dei um pedala nele.
‘Tá bom, mamãe!’ Ele bufou e depois riu. ‘Pode ser um carrinho de controle remoto!’ Ele sorriu apontando alguns carrinhos em uma estante.
‘Será que ele vai gostar?’ Perguntei em duvida.
‘Lu, qualquer garoto gosta de carrinhos. Você não viu que ele tava brincando com o meu lá no quarto?’ Ele falou pegando um dos carrinhos e analisando, fez uma careta e botou de novo na estante, e assim sucessivamente até achar um legal. ‘Ah, gostei desse!’ Ele sorriu satisfeito.
‘Exigente você huh?’ Falei brincando.
‘Claro, não vou dar qualquer coisa pra meu filho! Nosso presente é o melhor, ele nem vai lembrar dos que ganhou ontem!’ Ele fez uma cara convencida e eu rolei os olhos.
‘Ok, ok Arthur, vamos logo que eu quero ajudar Katia com os preparativos do almoço.’ Falei o puxando pela camisa.
‘Tá, fica aí que eu vou lá pagar.’ Ele falou já se afastando.
‘Arthur!’ Falei num tom um pouco alto. ‘O presente não é nosso?’ Falei em duvida.
‘Claro!’ Ele fez uma cara obvia.
‘Então não é você que vai pagar, somos nós dois!’ Me aproximei dele e peguei o carrinho de suas mãos.
‘Claro que não Lu, deixa que eu pago!’ Ele pegou o carrinho de volta. ‘Vou lá!’ Ele foi em direção ao caixa e eu respirei fundo.
‘Arthur!’ O puxei pela barra da camisa e ele me olhou assustado por causa do meu tom de voz. ‘A gente vai dividir e ponto.’ Fiz uma cara séria e ele bufou.
‘Cara como você é chata!’ Ele abaixou os ombros derrotado e eu sorri vitoriosa.
‘Vai, vamos pagar!’ Peguei o carrinho e fui em direção ao caixa com Arthur logo atrás de mim.


‘Diego, não faz assim meu amor!’ Falei pegando a colher da mão de Diego que brincava de jogar comida pra fora do prato enquanto Arthur ria. ‘E você pára de rir, ele tá achando que isso é certo.’ Olhei pra Arthur que deu de ombros.
‘Ele é criança Lu, deixa ele se divertir!’ Arthur passou a mão pela cabeça de Diego e eu bufei. Estávamos dando comida pra Diego em uma mesa no jardim da casa de Katia, já que lá dentro estava um pouco cheio com os amigos e os familiares dela.
‘Bincá!’ Diego falou sacudindo a colher e sorrindo.
‘Tá bem, chega de comida Diego, já vi que você não quer mesmo.’ Peguei o prato dele e me levantei. ‘Vou levar lá dentro.’ Falei já andando em direção a cozinha da casa.
‘Lu, vou levar o Diego pra conhecer o bosque, você vem?’ Voltei pro jardim e Arthur estava com Diego no colo. Fiquei alguns instantes lembrando da ultima vez que eu e Arthur estivemos no bosque e fiquei insegura quanto a voltar lá de novo.
‘Não, vão vocês. Eu vou ajudar Katia e depois descansar um pouco.’ Sorri fraco e Arthur balançou a cabeça concordando. Observei os dois se afastarem rindo e soltei um longo suspiro indo novamente em direção a cozinha. Passei pela sala sorrindo fraco pra Katia e resolvi subir um pouco.
Fechei a porta e o barulho das vozes diminuiu, sorri comigo mesma e deitei na cama, fiquei algum tempo pensando em tudo que vinha acontecendo ultimamente. Eu e Arthur havíamos nos reaproximado, e eu ainda não sabia direito o que fazer a respeito disso. Bufei deitando de lado e fechei os olhos para tentar tirar qualquer pensamento da minha cabeça.


‘Hey!’ Senti alguém passar a mão por minha cabeça e abri os olhos piscando algumas vezes. Quando consegui focalizar minha visão no rosto próximo ao meu, sorri fraco pra Arthur que botou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. ‘Depois eu que sou o belo adormecido né?’ Ele falou brincando e eu sorri.
‘Que horas são? Eu subi pra descansar um pouco, mas acho que dormi demais né?’ Fiquei sem graça e ele balançou a cabeça.
‘Você tava precisando descansar mesmo.’ Ele se mexeu um pouco e eu percebi que ele estava deitado do meu lado na cama.
‘Cadê o Diego?’ Levantei a cabeça e olhei pelo quarto, mas não havia mais ninguém.
‘Lá embaixo vendo desenho. Subi pra ver se você tava bem.’ Ele sorriu meigo e eu fiquei o encarando sem saber o que dizer. Passei minha mão por seus cabelos, arrumando-os carinhosamente e ele fechou os olhos sorrindo, desci minha mão passando o dedo indicador delicadamente pela testa dele e depois acariciei sua bochecha. Era uma sensação boa tocar a pele branquinha dele. Arthur abriu os olhos ainda sorrindo, pegou minha mão, beijou carinhosamente a palma e depois entrelaçou nossos dedos. Eu sorri fraco sem desviar do olhar dele e senti que ele se aproximava devagar, não me afastei e nem tentei pará-lo. A quem eu estava tentando enganar? Eu queria aquilo, eu precisava sentir o gosto dele novamente.
Com a mão livre ele acariciou minha bochecha e depois a deslizou para a nuca. Eu observei seu rosto bem de perto, analisando cada traço, cada mínimo detalhe. Senti o nariz dele encostar no meu e suspirei fraco fazendo-o sorrir quando minha respiração tocou em sua boca. Quando a distância entre nós já era praticamente nula, Arthur resolveu “brincar” de ficar roçando nossas bocas, eu não contestei, apenas entrei na brincadeira também, sabia que não ia durar muito tempo. Depois de alguns segundos entre risinhos, ele me puxou delicadamente pela nuca e nossas bocas finalmente se encostaram. Senti a língua dele passar lentamente pela minha boca e a abri tentando guardar aquela sensação pra sempre. Era um beijo delicado e sem pressa, nós queríamos apenas aproveitar aquele momento. Arthur botou nossas mãos ainda entrelaçadas em suas costas me puxando mais pra perto, e eu encaixei uma das minhas pernas entre as suas.

Parti o beijo dando uma mordida fraca no lábio inferior de Arthur, e ele sorriu me dando um selinho. O olhei em silêncio levando minha mão livre até sua nuca e a acariciando. Ele soltou nossas mãos que estavam entrelaças e me abraçou pela cintura passando o outro braço por debaixo da minha cabeça, eu encostei minha cabeça em seu ombro sem parar de fazer carinhos em sua nuca. O silêncio no quarto em alguma outra ocasião poderia ser assustador, mas ali era apenas um silêncio, talvez tivéssemos medo de falar alguma coisa e acabar estragando o momento. Ficamos ali por intermináveis minutos, apenas aproveitando a presença um do outro e fazendo carinhos sem segundas intenções. Ele passava os dedos por minhas costas como se desenhasse alguma coisa e eu bagunçava seus cabelos com o rosto quase enterrado em seu pescoço, o perfume dele sempre me deixa dopada.

Ouvimos a voz de Diego lá embaixo e isso pareceu nos despertar.
‘Melhor a gente descer.’ Falei baixo me soltando um pouco de Arthur e ele concordou sem parar de me abraçar. Eu o olhei sorrindo e ele me deu um selinho me soltando em seguida. ‘Vou lavar o rosto.’ Me levantei e fui até o banheiro, passei uma água no rosto e prendi meu cabelo em um coque frouxo. O sol já tinha sumido a algum tempo e eu só reparei quando saí do banheiro e me deparei com o quarto escuro.
‘A gente tá bem agora?’ Arthur perguntou me abraçando pela cintura e encostando nossas testas. Eu mal conseguia enxergar seu rosto, mas sabia que ele estava sorrindo. Sussurrei um ‘uhum’ e passei meus braços por seu pescoço. Ele me puxou um pouco pela cintura fazendo com que meus pés saíssem do chão e eu sorri encostando nossas bocas. Não ficamos nos beijando durante muito tempo, já que a voz de Diego no andar de baixo novamente chamou nossa atenção.

‘Ei, meu amor!’ Falei carregando Diego e beijando-lhe a bochecha. ‘Cadê a Katia?’ Perguntei olhando em volta, mas só quem estava por ali eram Micael, Sophia e Pedro.
‘Ela já foi né, Lu?’ Soph fez uma cara obvia e eu olhei incrédula pra Arthur.
‘Arthur! Não acredito que você não me acordou pra eu me despedi da sua mãe!!’ Falei séria.
‘Ela pediu pra não te acordar!’ Ele levantou os braços mostrando que era inocente e eu bufei. ‘Ela disse que você tava muito cansada e por isso não queria te acordar, mas ela prometeu que liga amanhã!’ Ele sorriu e eu concordei balançando a cabeça.
‘Vamos pra casa, príncipe?’ Sorri pra Diego, ele olhou pra Arthur sorriu. Peguei minha bolsa e me despedi das pessoas que ainda estavam lá.

‘Eu devo ir pra lá na sexta. Preciso resolver as coisas por aqui e o comprador vem essa semana dar uma olhada na casa.’ Arthur falou enquanto caminhávamos até o carro.
‘Ok.’ Sorri fraco. Ainda não tinha me acostumado com a idéia de que Arthur iria voltar a morar lá em casa.
‘Que animação.’ Ele foi irônico e eu o olhei um pouco irritada.
‘Você quer o quê, Arthur? Que eu faça uma festa de boas vindas? Que eu fique com um sorriso estampado no meio da cara o tempo todo?’ Perguntei impaciente enquanto botava Diego na cadeirinha do banco de trás.
‘Não quero festa e nem sorrisos falsos, Lu. Só queria que você ao menos disfarçasse o fato de não se sentir bem com isso tudo que tá acontecendo. Eu falei pra você que podia ir morar com o Micael ou o Pedro sem problemas...’
‘Não!’ Eu o interrompi aumentando meu tom de voz. ‘E eu já disse que não tem problema nenhum você voltar a morar na SUA casa.’ Fechei a porta de trás com um pouco de força e ele ficou me olhando assustado. Botei a mão na testa respirando fundo. ‘Ok, desculpa.’ Relaxei meus ombros e encarei o asfalto.
‘Tudo bem.’ Arthur sorriu fraco.
‘Melhor eu ir.’ Falei baixo e ele balançou a cabeça concordando. ‘Tchau.’ Sorri mostrando que não queria sair de lá brigada com ele. Arthur segurou meu rosto com as duas mãos e me deu um selinho demorado.
‘Tchau.’ Ele sorriu de uma maneira fofa e eu me afastei entrando no carro e sorrindo comigo mesma.

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