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By Anna e Ron

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Viciado em você

                              
                                                            10,11 e 12 Capitulo
A semana pareceu se arrastar, talvez pelo fato de eu ter voltado ao trabalho depois de algumas semanas de férias. Mal tive tempo pra mim mesma e pro Diego, minha chefe parece que resolveu descontar meu tempo de férias. Arthur sempre aparecia pra ver o filho, mas eu raramente estava em casa, só ficava sabendo por que a Kat sempre me contava.
‘Hey!’ Entrei em casa e pra minha surpresa encontrei Arthur no sofá brincando com Diego.
‘Heey, finalmente! Achei que fosse se mudar pra empresa!’ Arthur riu e eu mandei língua. Ele não deixava de estar certo, ultimamente tenho passado mais tempo na empresa que em casa, chego da faculdade e já tenho que ir correndo pro trabalho, vida de estagiário não é fácil. ‘A Kat teve que sair mais cedo, então eu fiquei com o Diego.’ Concordei balançando a cabeça e Arthur botou Diego no chão, ele veio correndo me abraçar.
‘Sódadi!’ Ele me olhou fazendo bico e eu carreguei ele e o abracei forte. Na verdade acho que quase matei meu filho sufocado, mas é que eu estava morrendo de saudade de ficar em casa com ele vendo desenho na tv e comendo besteira. Ainda bem que a sexta-feira chegou.
‘Ai que saudade de você também, meu príncipe!’ Mordi a bochecha dele que soltou uma gargalhada gostosa. ‘E essa bagunça aqui na sala, você e seu pai vão arrumar depois?’ Ele olhou pra Arthur e depois pra mim, eu sorri e olhei pra Arthur que estava com o pé na mesinha de centro. ‘Tira o pé daí folgado!’ Brinquei e ele deu língua.
‘Você parece minha mãe, Lu!’ Ele riu. ‘Não tem nada pra comer aí não? Tô com fome!’ Ele passou a mão na barriga.
‘Não fiz mercado ainda!’ Dei de ombros. ‘Pede pizza se quiser!’ Joguei o telefone pra ele que sorriu.
‘Calabresa?’ Ele me olhou.
‘Muzzarela!’ Sorri me levantando do sofá.
‘Metade de cada e não se fala mais nisso.’ Ele sorriu já discando o numero da pizzaria e eu ri.
‘Vou tomar banho, já volto!’ Gritei já entrando no quarto e encostando a porta. Separei um short e uma blusa básica, botei em cima da cama e entrei no banheiro.

Demorei um pouco embaixo do chuveiro, estava realmente cansada e aquela água morna me ajudava a relaxar. Desliguei a água e me enrolei na toalha, fui até o espelho, penteei o cabelo apenas jogando-o para trás já que estava molhado. Quando abri a porta do banheiro dei de cara com Arthur e Diego sentados na cama, os dois se viraram para me encarar e eu fiquei sem reação.
‘Wow, Lu!’ Arthur tapou os olhos de Diego e eu não agüentei e comecei a rir.
‘Larga de ser idiota Arthur, quem devia tapar os olhos era você!’ Balancei a cabeça controlando o riso.
‘O Diego é uma criança inocente Lu, eu já estou acostumado!’ Ele sorriu convencido.
‘Ah, desculpa então, garanhão!’ Dei língua e ele riu. Fui até a cama pegar as roupas que tinha separado e percebi Arthur acompanhando cada movimento meu.
‘Pára, Arthur!’ Joguei uma almofada em cima dele já sentindo meu rosto arder.
‘Quê? Só tô apreciando!’ Ele sorriu safado e eu ri sem graça.
‘Idiota!’ Entrei no banheiro e fechei a porta. Enquanto estava me vestindo Arthur disse que a pizza tinha chegado e que ele ia descer pra pegar. Saí do banheiro, já vestida e peguei Diego que ainda estava na minha cama levando-o pra sala.

‘A pizza chegou!’ Arthur entrou novamente em casa sorrindo feito uma criança.
‘Piça!’ Diego bateu palminhas animado e eu sorri. Fui até a cozinha pegar pratos e talheres e coloquei na mesinha de centro, depois sentei no chão colocando Diego no meu colo.
‘Qual você quer, meu amor?’ Perguntei mostrando a pizza, Diego ficou alguns segundos analisando e apontou pra pizza de calabresa. Até nisso ele tinha que ser igual ao pai?
‘Esse é o meu garoto!’ Arthur sorriu orgulhoso cortando um pedaço e botando no prato.
Comemos a pizza assistindo alguma reprise de Friends que passava na tv, deixando o silêncio prevalecer na sala, exceto pelas nossas risadas histéricas.
‘Daqui a três meses alguém faz aniversário!’ Arthur sorriu olhando pra Diego. A reprise já tinha terminado, assim como a pizza, estávamos apenas olhando pra tv em silêncio. Sorri olhando de Diego pra Arthur.
‘Ai céus, como eu tô ficando velha. Meu filho vai fazer 3 anos!’ Fiz uma cara dramática e Arthur riu. ‘Acho que vou fazer uma festinha pra ele!’ Sorri vendo Diego no meu colo quase dormindo.
‘Oba! Adoro festa de criança, tem várias porcarias pra comer!’ Arthur esfregou as mãos sorrindo com a maior cara de criança e eu ri.
‘Você é uma criança, Arthur!’ Balancei a cabeça voltando minha atenção pra tv. Arthur levantou tirando as coisas da mesa e levando pra cozinha, eu sorri agradecida já sentindo meus olhos pesados de tanto sono.

‘Aposto que você dorme antes do Diego!’ Arthur falou baixo se agachando do meu lado e eu sorri fraco negando com a cabeça. ‘Vou botar ele na cama!’ Ele pegou Diego do meu colo e eu me levantei logo depois.
‘Vou com você!’ Sorri acompanhando-o até o quarto de Diego. Arthur botou o filho na cama e eu parei ao seu lado. Ficamos algum tempo apenas observando-o respirar calmamente.
‘Sabe, às vezes eu fico imaginando se o Diego não se incomoda com essa confusão de eu não morar mais aqui, e ficar vindo toda hora.’ Arthur falou sério e eu o olhei sem entender muito bem o que ele queria dizer. ‘Era mais fácil quando eu morava aqui, não era?!’ Ele me olhou e eu demorei um tempo pra responder, ainda estava tentando processar as palavras dele. Talvez fosse por causa do sono, mas acho que ele tinha acabado de dar uma indireta de que queria voltar a morar comigo e com Diego.
‘Era.’ Falei sincera e voltei meu olhar pra Diego. Ele suspirou pesadamente, mas não falou mais nada.
‘Vai pra cama Lu, você tá dormindo em pé!’ Arthur riu baixo e eu balancei a cabeça. Pra falar a verdade acho que cheguei a cochilar em pé. ‘Vem!’ Ele passou um braço pela minha cintura e me carregou.
‘Arthur, eu sei ir pro quarto sozinha.’ Falei com a voz embolada de tanto sono.
‘Tô vendo!’ Ele riu. Segundos depois ele me botou na cama e me cobriu ajeitando os travesseiros.
‘Brigada Arthur.’ Sorri lutando pra manter meus olhos abertos enquanto ele estava sentado do meu lado me observando. Ele botou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e desceu a mão pelo meu braço acompanhando todo o caminho com o olhar, quando chegou em minha mão ele entrelaçou os dedos nos meus e me olhou sorrindo. Acariciou minha bochecha com o polegar e se inclinou deixando o rosto a centímetros do meu, passou o nariz no meu como num beijo de esquimó e eu sorri inconscientemente.
‘Boa noite, Arthur.’ Sussurrei baixo. Ele sorriu e roçou a boca na minha me fazendo sentir um arrepio passar por todo o corpo.
‘Boa noite, Lu.’ Ele beijou o canto da minha boca e se afastou soltando minha mão.
Fechei os olhos e sorri comigo mesma, instantes depois ouvi a porta de casa ser fechada e adormeci em seguida.






Capitulo 11 


‘Bom dia, meu amor!’ Entrei no quarto de Diego sorrindo, ele estava deitado na cama já acordado e sorriu pra mim. ‘Vamos no shopping com a mamãe?’
‘Shópi!’ Ele se embolou um pouco pra falar e eu ri. Diego agora repetia, ou pelo menos tentava repetir quase todas as palavras que eu falava, e eu achava aquilo a coisa mais linda. 

Dei um beijo na bochecha dele e o carreguei pro meu banheiro para dar banho nele. Não demorou muito e nós dois já estávamos prontos pra sair de casa. Eu estava com uma blusa rosa básica, calça e all star, já Diego vestia uma pólo azul marinho com listras brancas, e uma bermuda branca. O olhei sorrindo e pude jurar que vi Arthur sorrindo de volta pra mim, a semelhança entre os dois às vezes me assusta. Saímos de casa, e como o shopping não é muito longe, uns 20 minutos depois já estávamos lá.

Passear no shopping com uma criança do lado é estressante e divertido ao mesmo tempo. Estressante porque Diego está na fase de conhecer as coisas, então ele nunca te contenta em ficar só olhando as coisas, ele tem que pegar, sentir. E é divertido porque ele sempre me faz rir, eu fico apontando as coisas e dizendo os nomes, e é engraçado vê-lo repetir minhas palavras.
‘Ca-mi-nhão, repete com a mamãe!’ Falei devagar enquanto segurava um caminhão de brinquedo e Diego sorria.
‘Minhão.’ Ele girou a rodinha do brinquedo e eu ri.
‘Não príncipe, é ca-mi-nhão.’ Falei ainda mais devagar.
‘Caminhão!’ Ele sorriu.
‘Isso, meu amor!!’ O peguei no colo e botei o brinquedo na prateleira. A cada nova prateleira eu pegava o brinquedo que ele mais gostava e falava o nome para que ele repetisse. Meu celular tocou dentro da bolsa e eu botei Diego no chão enquanto ele brincava com um urso de pelúcia.
‘Oi amiga!’ Sorri depois de ver que era Sophia do outro lado da linha. ‘Eu tô no shopping, com o Diego quer vir pra cá também? A gente pode tomar um sorvete!’ Sorri. ‘Tá bom, tô te esperando!’ Desliguei o celular e vi Diego brincando com uma menininha. ‘Vamos meu amor? A tia Soph tá vindo pra gente tomar sorvete!’ Sorri me agachando perto dele e da menina loirinha com um vestido rosa.
‘Sôveti!’ Ele sorriu e estendeu os braços pra que eu o pegasse no colo. ‘Dá tchau pra menina.’ Falei acenando e ele fez o mesmo.


‘Tia Soph!’ Diego correu quando viu Sophia andando em nossa direção. ‘Ei pequeno, tudo bem?’ Ela o carregou enquanto eu me aproximava. ‘Hey amiga!’ Ela sorriu me abraçando.
Caminhamos até uma sorveteria na praça de alimentação e depois sentamos em uma mesa já com nossos sorvetes.
‘Algum progresso com o Arthur?’ Ela me olhou e eu balancei a cabeça negando.
‘Tudo na mesma.’ Dei de ombros. ‘Anteontem eu cheguei do trabalho e ele tava lá brincando com o Diego, daí acabamos pedindo uma pizza e ele ficou lá até eu praticamente desmaiar de sono.’ Ri.
‘E rolou alguma coisa?’ Ela me olhou sugestiva. Eu olhei pra Diego que estava mais interessado em se lambuzar com o sorvete e balancei a cabeça.
‘Se você chama um beijo no canto da boca de alguma coisa, então rolou!’ Ela riu e eu dei de ombros.
Ficamos passeando um pouco pelo shopping, até Diego começar a perguntar pelo pai, já que ele não havia aparecido ontem lá em casa.
‘Seu pai deve tá em casa, meu amor.’ Falei carinhosa vendo-o fazer bico. Olhei pra Soph que ria da cena e balancei a cabeça. ‘Agora é assim, um dia sem ver o Arthur e só falta morrer!’
‘Ai Lu, coitado! Deixa o menino curtir o pai, leva ele lá na casa da Katia!’ Ela falou ainda rindo.
‘Vovó!’ Diego sorriu e eu olhei pra Soph fazendo cara feia.
‘Não dá idéia, sua vaca!’ Dei língua e ela deu de ombros.
‘Papai e vovó!’ Diego falou me dando tapinhas no ombro.
‘Ai filho, como você me dá trabalho!’ Bufei. ‘Vamos lá na casa da sua vó!’ Fiz uma cara derrotada e ele sorriu.
Me despedi de Soph quando chegamos ao estacionamento e segui pra casa de Katia.


Diego estava completamente inquieto, e só parou quando estacionei em frente à casa branca de portões baixos. Soltamos do carro e percebi que o carro de Katia não estava por ali, provavelmente Arthur estava sozinho em casa. Diego tocou a campainha e deu uma risada histérica fazendo uma carinha sapeca. Demorou um pouco até a porta abrir e eu ver uma loira abrir a porta apenas com uma blusa e calcinha. Dei um passo pra trás tentando ver se aquela era mesmo a casa de Katia, mas não me restavam duvidas.
‘Erm... o Arthur tá aí?’ Perguntei insegura e a loira sorriu simpática.
‘Ele tá dormindo meu bem, mas eu acho que já já ele acorda. Você quer esperar?’ Ela abriu mais a porta dando espaço para que eu passasse, mas eu continuei parada a encarando. Ela levantou a sobrancelha sugestiva e eu resolvi entrar na casa.

Observei uma camisa de Arthur jogada no chão da sala e quando desviei meu olhar vi Arthur descendo as escadas só de boxer, os cabelos bagunçados e a cara amassada.
‘Hey, bonitinho!’ A loira falou sorrindo pra ele. Arthur a olhou atordoado e depois desviou o olhar pra mim e Diego.
‘Lu!’ Ele quase gritou com uma cara meio desesperada. ‘Não é isso, eu...’ Ele começou a falar, mas eu o interrompi.
‘Eu volto outra hora.’ Falei séria enquanto a loira observava tudo fazendo uma cara de desentendida.
‘Papaaai!’ Diego estendeu os braços enquanto eu caminhava até a porta.
‘Lu, não, por favor.’ Arthur segurou meu braço, mas eu puxei rapidamente.
‘Depois a gente conversa, Arthur.’ O olhei irritada enquanto Diego se debatia no meu colo estendendo os braços para que o pai o carregasse.
‘Paai.’ Ele choramingou enquanto eu lutava pra controlar as lágrimas que queriam rolar por meu rosto.
‘Diego, vem aqui filhão!’ Arthur sorriu fazendo menção de pegá-lo no colo, mas eu me afastei. ‘Deixa ele comigo, Lu!’ Ele me olhou implorando e eu balancei a cabeça.
‘Eu não vou deixar ele aqui!’ Falei baixo com os dentes cerrados.
‘Arthur, você tem um filho?’ A loira se pronunciou com uma cara de espanto. Arthur a olhou de cima a baixo.
‘Tenho, e olha... desculpa, mas eu nem ao menos lembro seu nome!’ Ele passou a mão pelos cabelos bagunçando-os ainda mais.
‘Arthur, claro que você lembra!’ Ela guinchou. ‘Não é possível que depois da nossa noite você não lembre!’ Ela cruzou os braços e eu olhei espantada para Arthur.
‘Garota eu tava bêbado, será que você não percebeu?’ Ele falou alto e Diego começou a chorar.
‘Quando é que você vai aprender que as pessoas têm sentimentos, hein?!’ O olhei séria e saí de casa batendo a porta com Diego ainda chorando. ‘Shh...calma meu amor, tá tudo bem! A mamãe tá aqui!’ O abracei forte.

‘Lu, não é nada disso, me ouve!’ Arthur saiu de casa apenas de boxer.
‘Eu já ouvi o suficiente, Arthur!’ Falei sem encará-lo.
‘Lu, eu tava bêbado, não lembro de nada.’ Ele suplicou e eu me virei encarando seus olhos desesperados.
‘Eu realmente achei que a gente podia começar de novo e que tudo ia ser diferente.’ Balancei a cabeça e entrei no carro rápido. Arthur não se moveu e nem falou mais nada, eu o encarei uma ultima vez e saí de lá deixando que as lágrimas que já enchiam meus olhos rolassem por meu rosto.

‘Soph, você pode ir lá em casa?’ Pedi tentando manter a calma para que Sophia não percebesse meu desespero. ‘Eu te explico depois!’ Falei rápido sem desviar a atenção da rua a minha frente. ‘Tá, brigada.’ Desliguei o celular e joguei dentro da bolsa.

Minutos depois entrei em casa já com o choro controlado. Diego ainda estava confuso, mas também já tinha parado de chorar.
‘Lu, o que aconteceu?’ Sophia perguntou preocupada quando eu abri a porta com cara de choro. Eu balancei a cabeça e voltei a chorar. ‘Me fala, o que aconteceu?’ Ela me abraçou forte.
‘O Arthur, como sempre.’ Falei soluçando com o rosto no ombro dela. ‘Eu fui lá e uma menina semi nua abriu a porta.’ Soph me puxou pro sofá e nós sentamos, Diego observava tudo em silêncio sentado no sofá. ‘Nunca vai mudar Soph, vai ser sempre a mesma história!!’ Falei com a mão no rosto sentindo meus olhos arderem por causa das lágrimas.
‘Ai Lu, eu nem sei o que te dizer!’ Ela me abraçou novamente passando as mãos por meus cabelos. Eu apenas balancei a cabeça negativamente e suspirei pra controlar o choro.
Ficamos em silêncio na sala por alguns minutos, eu já estava mais calma e já tinha parado de chorar. Sophia estava brincando com Diego para não deixá-lo preocupado.
‘Deixa que eu atendo.’ Me levantei quando ouvi a campainha tocar. Senti minha cabeça latejar um pouco e caminhei lentamente até a porta, quando abri vi Arthur ainda com aquele olhar desesperado.
‘Lu, eu...’ Ele nem começou a falar e eu bati aporta na cara dele. ‘Lu, por favor, não faz isso!!’ Ele implorou do outro lado da porta e eu olhei pra Soph balançando a cabeça.
‘Papai!’ Diego sorriu saindo do colo de Soph e correu até a porta.
‘Ei, ei, volta aqui mocinho!’ O peguei no colo e ele estendeu o braço pra porta.
‘Papaaai!’ Ele gritou e começou a chorar. Senti as lágrimas em meus olhos novamente e suspirei indo abrir a porta. Arthur estava lá com as mãos no bolso e ao que parecia com a cabeça encostada na porta. ‘Pai!’ Diego mais uma vez estendeu os braços e Arthur sorriu tirando-o do meu colo.
‘Hey, campeão.’ Ele beijou a testa do filho e o abraçou. ‘Lu, a gente precisa conversar!’ Ele me olhou sério e eu neguei balançando a cabeça.
‘Eu só abri a porta por causa do Diego.’ Falei sentando no sofá e abraçando minhas pernas. Arthur me olhou com uma cara triste e eu suspirei desviando o olhar para a janela.
‘Bincá!’ Diego sorriu quando Arthur o botou no chão. Ele sorriu fraco e sentou no chão colocando Diego no colo e ficou mexendo nos brinquedos espalhados pelo chão. Olhei pra Sophia que me encarava séria e levantei indo pro meu quarto.

Fechei a porta com um pouco de força e me joguei na cama afundando o rosto no travesseiro, não queria começar a chorar de novo. Suspirei profundamente virando meu rosto, mas ainda deixando-o afundado no travesseiro. Meu olhar ficou preso em uma foto no criado mudo, era a mesma que eu tinha dado pra Arthur alguns meses atrás, no hospital. Quem olhasse aquela foto iria achar que somos o casal mais feliz e sem problemas do mundo, ledo engano. Ouvi uma batida na porta, mas não respondi, continuei deitada. Eu não queria falar com ninguém, nem mesmo com a Sophia.
‘Lu?!’ A voz de Arthur surgiu dentro do quarto e eu fechei os olhos suspirando. ‘Eu sei que você tá acordada e que não quer falar comigo, mas só me ouve!’ Ele pediu se aproximando e eu fitei a foto no criado mudo em silêncio. ‘Olha, eu sei que eu fui um canalha, imbecil e você tem toda a razão em estar me odiando e me evitando agora. Só acredita em mim quando eu digo que não fiz aquilo consciente, eu realmente nem lembrava o nome daquela garota. Na sexta feira eu saí daqui com um sorriso maior que meu rosto, só por ter passado algumas horas com você e com Diego, isso é realmente importante pra mim, vocês dois são importantes pra mim. Eu ia vir aqui ontem, mas nós ficamos ensaiando o dia inteiro e de noite os caras me convenceram a ir num pub e você deve imaginar todo o resto....
Lu, a primeira coisa que eu pensei hoje de manhã foi em você e no Diego, sabe por quê? Por que essa foto aí no criado mudo que você provavelmente está encarando agora, também fica do lado da minha cama e é olhando pra ela que eu acordo todo dia. Quando eu olho pra ela eu me sinto o cara mais sortudo do mundo, eu tenho o filho mais lindo e a garota mais perfeita do meu lado, eu não ia estragar tudo isso só por uma noite com uma garota.’ Ele parou de falar suspirando e eu passei a mão pelo rosto enxugando as lágrimas que caíram enquanto ele falava.
‘Eu só queria um novo começo, Arthur. Queria que tudo fosse diferente dessa vez, mas você sempre repete os mesmos erros.’ Falei tentando manter a voz firme. ‘Eu acredito em você Arthur, mas, por favor, vai embora. Eu preciso de um tempo pra mim mesma. Não vou te impedir de ver seu filho de maneira alguma, pode aparecer pra vê-lo sempre que quiser. O problema somos nós dois, se existir mesmo um nós nessa história toda.’ A ultima parte saiu como um sussurro, mas eu tinha certeza que ele ouvira.
Arthur não disse nada, senti ele se aproximar da cama e se afastar logo depois fechando a porta do quarto.

Segundos depois virei meu rosto só mesmo pra ter certeza de que ele tinha saído e vi um papel em cima da cama. Peguei a folha pensando que era alguma coisa que Arthur tinha deixado e sorri comigo mesma quando percebi que era um desenho de Diego onde ele estava no meio e eu e Arthur segurávamos suas mãos. Entre mim e Arthur haviam duas setas apontando pra uma frase:meant to be. Reconheci a letra de Arthur e deixei uma lagrima cair por meu rosto.







Capitulo 12



As semanas se passavam rápidas e o aniversário de Diego ficava cada dia mais perto. Eu já estava cuidando dos preparativos junto com Arthur, apesar de mal nos falarmos. A ultima conversa amigável que tivemos foi para discutir aonde seria o aniversário, e foram apenas algumas palavras rápidas, acabamos optando por fazer na casa de Katia que tem um jardim e um bom espaço para uma festa infantil. Arthur não me parecia bem pra falar a verdade, ele tinha sempre um olhar um pouco triste e eu sempre ouvia os meninos comentando o quão distraído ele estava. Confesso que várias vezes pensei em correr até ele e dizer tudo que eu sinto e simplesmente dar uma chance pra nós dois, mas eu sei que não é assim que as coisas funcionam. Preferi deixar que o tempo cuidasse de tudo, o que tivesse que acontecer, iria acontecer.
‘Lu, você vai contratar palhaços?’ Arthur perguntou enquanto eu anotava algumas coisas. Estávamos na casa de Katia resolvendo alguns preparativos enquanto Diego estava na escola.
‘Acho que não, por quê?’ O olhei séria e ele fez careta.
‘Ná, eu odeio palhaços.’ Ele deu de ombros e eu soltei um riso baixo.
‘Somos dois.’ Falei encarando um papel na minha frente e notei que Arthur ficou algum tempo me observando. ‘Erm...acho melhor eu ir. Já tá quase na hora do Diego sair da escola.’ Forcei um sorriso e me levantei pegando a bolsa.
‘Ah, ok.’ Ele também se levantou e abriu a porta pra mim. ‘Fala pro Diego que amanhã eu vou levá-lo no parque.’ Ele sorriu fraco e eu balancei a cabeça concordando. Dei um aceno rápido e saí de lá sabendo que Arthur me acompanhava com o olhar. 


‘Hey amiga!’ Abri a porta e encontrei uma Sophia sorridente.
‘Boa tarde, minha florzinha do campo!’ Ela cantarolou e eu ri da cara boba dela.
‘Fiquei curiosa! Conta logo!’ Fechei a porta e a puxei até o sofá enquanto ela ria do meu desespero. 
‘Não tem nada certo ainda, mas...’ Ela fez uma cara de suspense e eu arregalei os olhos ansiosa. ‘Eu acho que eu e o Micael vamos voltar!’ Ela falou rápido se controlando pra não gritar.
‘Não acredito!!’ Pulei em cima dela gritando e nós rimos. ‘Me fala, como assim não é nada certo ainda, o que houve?!’ Saí de cima dela me ajeitando no sofá. Diego apareceu na sala e eu o botei em meu colo.
‘Erm...’ Ela olhou pra Diego com uma cara em duvida. ‘Pode falar na frente dele?’ Ela fez uma cara sapeca e eu ri.
‘Ai sua ridícula, o menino não tem nem 3 anos. Fala logo!’ Balancei a cabeça e abanei o ar mandando-a prosseguir.
‘Tá, a gente tem se falado quase todos os dias, e ontem ele fez um jantar pra mim na casa dele!’ Ela falou com os olhos brilhando. ‘E aí a gente acabou dormindo juntos, e ele disse que sentia muito minha falta e, ai Lu! Eu voltei a sentir todas aquelas coisas bobas que eu sentia no começo do nosso namoro!’ Ela fez uma cara apaixonada e eu sorri largamente, era bom ver que ela e o Micael estavam se entendendo de novo.
‘Ah, que lindo amiga! Eu fico tão feliz por vocês!’ Falei pegando a mão dela e apertando carinhosamente. ‘Vocês se gostam e tem mais é que ficarem juntos.’ Sorri.
‘Olha só quem fala né?’ Ela fez uma cara irônica e eu dei língua. ‘Sério Lu, quando você vai voltar a falar normalmente com o Arthur?’ Ela me olhou séria.
‘Ah, não sei Soph.’ Dei de ombros indiferente. Incrível, qualquer outra amiga ficaria do meu lado e ainda me ajudaria a xingar o Arthur, mas Sophia tinha que ser do contra!
‘Lu, pára de fingir que você não se importa com tudo isso, com esse afastamento.’ Ela falou um pouco mais alto.
‘Não tô fingindo nada, Sophia.’ Falei irritada. ‘Mas você sabe o que foi encontrar aquela menina semi nua na casa dele aquele dia? Eu vi todos aqueles dois anos voltarem a tona, senti que tudo aquilo iria acontecer de novo, e não é isso que eu quero!’ Falei já sentindo meus olhos arderem por causa das lágrimas que queriam cair. Respirei fundo com Diego ainda em meu colo e lancei um olhar pra Sophia dando a entender eu não queria falar naquele assunto.
‘Ok, desculpa.’ Ela me olhou com pena e eu balancei a cabeça concordando. ‘E a Katia, já deu noticia?’ Ela falou se referindo a viagem surpresa de Katia até Liverpool. Uma prima dela ficou doente, e ela teve que ir às pressas até lá.
‘Já! Ela disse que vem no aniversário do Diego, mas não sabe ainda se terá que voltar pra Liverpool.’ Dei de ombros. ‘Mas que bom que ela vem pro aniversário, Diego ficaria chateado se ela não viesse, né meu amor?’ Virei Diego de frente pra mim e ele riu alto.
‘Lu, posso falar uma coisa?’ Soph me olhou apreensiva e eu confirmei. ‘Cada dia que passa ele fica mais parecido com o Arthur.’ Ela falou olhando pra Diego que ainda sorria.
‘É, eu sei.’ Falei em meio a um suspiro e sorri pra Diego. 


‘Diego, atende o telefone pra mamãe, meu amor!’ Gritei de dentro do banheiro enquanto trocava minha roupa por uma camisola. Diego estava sentado em minha cama e o telefone ficava bem ao lado.
‘Alô?’ O ouvi falar enquanto saia do banheiro. ‘Papai!’ Ele sorriu e eu senti meu coração dar pulinhos e meu estomago fazer uma reviravolta. Diego sorria enquanto Arthur provavelmente falava coisas bobas com ele. Me sentei ao seu lado e ele estendeu o telefone sorrindo pra mim. Passei a mão por seu cabelo e beijei sua cabeça pegando o telefone de sua mão e suspirando antes de atender.
‘Hey!’ Sorri inconscientemente e me amaldiçoei por isso.
‘Você tá ocupada?’ Ele parecia um pouco nervoso, e eu também me senti assim.
‘Não! Tava só aqui conversando com o Diego!’ Falei sorrindo e olhando pra Diego que estava deitado me observando.
‘Hm, e o papo tava bom? Aposto que vocês estavam falando de política, esse é o assunto preferido dele.’ Ele falou sério me fazendo rir alto.
‘Não seu bobo, eu apenas gosto de ficar conversando com meu filho pra que ele repita minhas palavras.’ Falei parando de rir. ‘Aliás você deveria ensinar também.’ Falei ficando mais séria.
‘Vou ensinar algumas coisas que todo homem precisa saber!’ Ele falou rindo e eu bufei me controlando pra não rir também.
‘Não Arthur, nada disso. Tô falando sério, você precisa ouvir ele tentando falar as palavras certinhas. É a coisa mais linda!’ Sorri boba pra Diego que brincava com o controle remoto.
‘Nosso filho é lindo Lu, e consequentemente tudo que ele faz é lindo.’ Ele falou bobo e eu ri baixinho. Ficamos um tempo em silêncio apenas ouvindo nossas respirações calmas, eu olhava pra Diego e tinha certeza que em alguns anos ele seria a exata cópia de Arthur.
‘Sabe o que a Sophia me disse hoje?’ Quebrei o silêncio e ele fez um barulho com a boca negando. ‘Ela falou que o Diego fica cada dia mais parecido com você.’ Ri baixinho e Arthur ficou em silêncio, talvez sorrindo, talvez não.
‘E isso é bom?’ Ele perguntou baixo enquanto eu deitava ao lado de Diego que já estava um pouco adormecido. Olhei pra ele respirando calmamente e observei seu rosto de perto.
‘Não sei.’ Suspirei fechando os olhos. Novamente ficamos em silêncio, não era constrangedor, mas era como se tivéssemos medo de quebrá-lo.

‘Arthur?!’ Perguntei depois de um tempo.
‘Oi.’ Ele respondeu calmo.
‘Você ligou pra ouvir minha respiração?’ Falei rindo baixinho.
‘Foi.’ Ele respondeu rindo também e eu fiquei sem graça. Pensei em falar alguma coisa, mas deixei que o silêncio prevalecesse mais uma vez.

‘Um filme.’ Falei tentando quebrar o silêncio que já estava me incomodando. ‘Diz a primeira coisa que vier na sua cabeça.’
‘Ok! De Volta Para o Futuro.’ Ele falou com convicção.
‘Uma cor.’
‘Azul.’
‘Uma qualidade.’
‘Hm...eu sou um bom pai, não sou?’ Ele riu.
‘Acho que sim.’ Falei brincando. ‘Um objeto.’ Continuei.
‘O porta retrato do meu criado mudo.’ Ele respondeu, e na mesma hora e eu lembrei quando ele disse que a foto que eu tinha lhe dado no hospital ficava no criado mudo ao lado de sua cama.
‘Uma frase de alguma música.’ Falei balançando a cabeça para afastar meus pensamentos.

‘Can't you see that I wanna be, there with open arms. It's empty tonight and I'm all alone, get me through this one.’ Ele cantou baixinho Letters To You do Finch e eu senti uma vontade imensa de chorar, mas não podia fazer isso. Suspirei e segui em frente.
‘Um sentimento.’
‘Culpa.’ Ele falou baixo e eu senti uma pontada no peito.
‘Uma palavra.’ Falei devagar.
‘Desculpa.’ Ele disse em meio a um suspiro.
‘Uma certeza.’ Falei de olhos fechados já sentindo algumas lágrimas teimosas rolarem por meu rosto.
‘A de querer você só pra mim e pra sempre.’ Ele respondeu baixo e de uma forma triste enquanto eu sentia meu coração querer sair pela boca. Fiquei em silêncio apenas ouvindo sua respiração pesada.
‘Arthur.’ Falei baixo me ajeitando embaixo do cobertor.
‘Oi.’ Ele respondeu com uma voz cansada.
‘Me lembra amanhã que isso não foi um sonho?’ Me senti boba falando isso, e ele riu baixo.
‘Lembro, pequena. E mesmo se fosse um sonho...’ Ele parou um instante. ‘Eu tornaria realidade pra você.’ Ele completou e eu sorri idiotamente. 
‘Arthur.’ Falei o nome dele pela milésima vez.
‘Meu nome soa mais bonito com a sua voz.’ Ele falou rindo.
‘Arthur.’ Repeti e nós rimos. ‘Boa noite.’ Falei mais baixo já com os olhos fechados.
‘Boa noite, Lu.’ Ele falou tão baixo quanto eu. Suspirei e desliguei o telefone. ‘Eu te amo.’ Sorri comigo mesma desejando que ele tivesse dito a mesa coisa.

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